1 de março de 2011



Já me basta …
as labaredas nos olhos
A afoguear os seus rios de pranto
Numa centelha inflamada de queixumes.

Já me basta...
o ponteirodo relógio
Em desígnios acelerados e loucos
A mostrar-me o cansaço Do tempo!

Sim… já me basta…

- Agora que a minha alma
É como um passo  que retrocede
No pó esvoaçante dos caminhos...
Ah...
Apetece-me quebrar os vidros
caminhar descalça sobre eles
Porque nada nem ninguém me impede de prosseguir!

Os olhos já nada vêem
São cinzas flamejantes
A gotejar em cada palavra
Que desagua firme
No lodo translúcido
Do que sinto e escrevo…!

Já me basta...
já me basta...!