Eu não culpo o amor. Confesso que perdi um pouco da doçura que outrora trazia comigo. Confesso também que os últimos dias tem sido pesados. Eu ajoelho e peço que Deus acalme o meu coração. Peço que ele me ajude a entender que todos erram, que as feridas cicatrizam, que o perdão cura a gente. E dói. Pesa. Ainda acredito no amor, embora não acredite tanto nas pessoas. Ainda acredito que o sol vai raiar. Por vezes sinto que planto amor e colho dor, mas Deus sussura: "menina, você plantou no solo errado". Não importa quão boas sejam as sementes, se o solo for ruim, não florescerá. E foi. E machuca. Eu choro e sinto o abraço de Deus, aprendo a entregar meu coração totalmente a Ele, que sabe tudo de amor, e tudo de mim, que é o jardineiro, que tem cortado alguns dos meus galhos para que frutos novos possam nascer. Agora no chão, amanhã florescerei.
Drica Serra; a menina e o violão.